- Sintomas
-
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de
evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o
mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e
subtropicais.
O vírus causador da doença possui quatro
sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá
proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e
temporária contra os outros três.
Existem duas formas
de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica
apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas
articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e
adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais
severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível
ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a
morte.
- Transmissão
-
A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu principal
vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 10 a 14
dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode
transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. O ciclo de
transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita
seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas
vivem na água por cerca de uma semana. Após este período,
transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as
pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o
mosquito adulto vive em média 45 dias.
- Temperatura
-
A transmissão da doença raramente ocorre em temperaturas abaixo de
16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C. A
fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido)
e em 48 horas o embrião se desenvolve. É importante lembrar que os
ovos que carregam esse embrião podem suportar até um ano a seca e
serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos
recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do
mosquito. Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o aedes
demora em média dez dias.
Os mosquitos acasalam no
primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste
acasalamento, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que
possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.
O Mosquito Aedes Aegypti mede menos de um centímetro,
tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no
corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e
nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas
quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há
suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não
percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça.
Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus
ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do
mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. Até então,
eles sabiam que o Aedes só se distanciava cem metros.
- Sintomas
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Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do
terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias.O intervalo
entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de
incubação. É depois desse período que os sintomas aparecem:
- Dengue Clássica
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Febre alta com início súbito· Forte dor de cabeça· Dor atrás dos
olhos, que piora com o movimento dos mesmos· Perda do paladar e
apetite· Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo,
principalmente no tórax e membros superiores· Náuseas e vômitos·
Tonturas· Extremo cansaço· Moleza e dor no corpo · Muitas dores
nos ossos e articulações.
- Dengue Hemorrágica
-
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A
diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais
de alerta:· Dores abdominais fortes e contínuas. Vômitos
persistentes · Pele pálida, fria e úmida· Sangramento pelo nariz,
boca e gengivas· Manchas vermelhas na pele· Sonolência, agitação e
confusão mental· Sede excessiva e boca seca· Pulso rápido e fraco·
Dificuldade respiratória· Perda de consciência.
Na
dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava rapidamente,
apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque,
podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com
estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com
dengue hemorrágica morrem. O objetivo do Ministério é que esse
número seja reduzido a menos de 1%.
- Tratamento
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O Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência
inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas
pernas.
A reidratação oral é uma medida importante e
deve ser realizada durante todo o período de duração da doença e,
principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou
seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e
manutenção da atividade sangüínea. A pessoa deve manter-se em
repouso, beber muito líquido (inclusive soro caseiro) e só usar
medicamentos prescritos pelo médico, para aliviar as dores e a
febre.
O ser observado o primeiro sintoma, deve-se
buscar orientação médica no posto de saúde mais próximo. As
pessoas que já contraíram a forma clássica da doença devem
procurar, imediatamente, atendimento médico em caso de
reaparecimento dos sintomas agravados com os sinais de alerta,
pois correm o risco de estar com dengue hemorrágica, que é o tipo
mais grave. Todo tratamento só deve ser feito sob orientação
médica.
- Prevenção
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O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua
reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar
água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas. Por exemplo:
caixas d'água, barris, tambores, vidros, potes, pratos e vasos de
plantas ou flores, tanques, cisternas, garrafas, latas, pneus,
panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de
escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério,
folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores e muitos
outros onde a água da chuva é coletada ou armazenada. Portanto,
considerando essa facilidade de disseminação, podemos imaginar o
grau de dificuldade para efetivamente combater a doença - o que só
é possível com a quebra da cadeia de transmissão, eliminando o
mosquito dos locais onde se reproduzem. Assim, a prevenção e as
medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a
comunidade a partir da adoção de medidas simples, visando a
interrupção do ciclo de transmissão e contaminação. Caso
contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar
com os focos da doença. Na eventualidade de uma epidemia de dengue
numa comunidade ou município, há a necessidade de serem executadas
medidas de controle como o uso de inseticidas aplicados através de
carro-fumacê ou nebulização, para diminuir o número de mosquitos
adultos transmissores e interromper a disseminação da epidemia.
Nessa oportunidade, a comunidade deve cooperar com o processo de
nebulização, mantendo as portas e janelas das casas abertas, de
modo a permitir a entrada do inseticida.
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- CONTRA PICADAS
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Se as pessoas não são picadas, não se tornam mais um foco indireto
da doença. Veja algumas dicas:
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MEDIDAS PARA EVITAR PICADA DE MOSQUITO
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Espirais ou vaporizadores elétricos: Devem ser
colocados ao amanhecer e/ou no final da tarde, antes do
pôr-do-sol, horários em que os mosquitos da dengue mais picam.
Mosquiteiros: Devem ser usados
principalmente nas casas com crianças, cobrindo as camas e outras
áreas de repouso, tanto durante o dia quanto à noite.
Repelentes: Podem ser aplicados no
corpo, mas devem ser adotadas precauções quando utilizados em
crianças pequenas e idosos, em virtude da maior sensibilidade da
pele.
Telas: Usadas em portas e
janelas, são eficazes contra a entrada de mosquitos nas casas.
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MEDIDAS PARA ELIMINAÇÃO DOS LOCAIS DE REPRODUÇÃO DO
MOSQUITO
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Tampar os grandes depósitos de água: A boa
vedação de tampas em recipientes como caixas d'água, tanques,
tinas, poços e fossas impedirão que os mosquitos depositem seus
ovos. Esses locais, se não forem bem vedados, permitirão a fácil
entrada e saída de mosquitos.
Remover o lixo:
O acúmulo de lixo e de detritos em volta das casas pode servir
como excelente meio de coleta de água de chuva. Portanto, as
pessoas devem evitar tal ocorrência e solicitar sua remoção pelo
serviço de limpeza pública - ou enterrá-los no chão ou queimá-los,
onde isto for permitido.
Fazer controle químico:
Existem larvicidas seguros e fáceis de usar, que podem ser
colocados nos recipientes de água para matar as larvas em
desenvolvimento - este método para controle doméstico da dengue em
cidades grandes tem sido usado com sucesso por várias secretarias
municipais de saúde e é realizado pelos agentes de controle da
dengue.
Limpar os recipientes de água:
Não basta apenas trocar a água do vaso de planta ou usar um
produto para esterilizar a água, como a água sanitária. É preciso
lavar as laterais e as bordas do recipiente com bucha, pois nesses
locais os ovos eclodem e se transformam em larvas.
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OUTRAS IMPORTANTES MEDIDAS PARA CONTROLAR OU ACABAR COM A
DENGUE SÃO:
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Qualidade e quantidade da água: um eficiente
tratamento da água e sua disponibilidade à população são
importantes para a prevenção da dengue. Entre outros motivos, a
falta d'água força as pessoas a armazená-la em recipientes, que
podem tornar-se criadouros para os mosquitos transmissores.
Coleta de lixo: a coleta regular de
lixo também reduz os possíveis criadouros de mosquitos.
Inspeção domiciliar para controle da reprodução de
mosquitos:
quando isto for necessário, visitas domiciliares determinam se
está havendo reprodução de mosquitos dentro e em volta das casas.
Os inspetores de saúde podem ensinar aos moradores os meios para
impedir a reprodução dos mosquitos.
Campanhas de educação em saúde:
o primeiro passo para uma adequada ação contra o mosquito da
dengue é informar às comunidades sobre a doença, bem como as
medidas adequadas para combatê-la.
Preparação para emergências:
no caso de disseminação da dengue, as comunidades e municípios
devem adotar medidas preparatórias para a proteção contra surtos
da doença, principalmente a hemorrágica. Planos de ação devem ser
formulados e implantados em conjunto pelas autoridades sanitárias
nacionais, estaduais e locais, incluindo o treinamento dos médicos
e enfermeiros, a identificação de unidades de saúde de referência
para dengue, a obtenção de equipamentos para a aplicação de
inseticida, sua estocagem, fornecimento de veículos para realizar
o tratamento e a nebulização e outras medidas consideradas
necessárias pelos líderes sanitários e comunitários.
Campanhas de remoção de lixo: as
atividades de remoção de lixo têm efeitos duradouros e amplos, não
apenas sobre o mosquito da dengue como também sobre moscas,
roedores e baratas.
Campanhas escolares:
a participação das escolas no processo de promoção da saúde e de
uma comunidade sem dengue é de grande importância. Os estudantes
podem participar ativamente das campanhas de limpeza e informação,
levando para sua família e seus vizinhos as mensagens educativas
recebidas. Inicialmente, participam limpando a própria escola;
posteriormente, adotam a mesma iniciativa em suas casas e
arredores.
OBS: as escolas podem
organizar projetos e centros de interesse
Fonte: site do Ministério da Saúde